sábado, 7 de novembro de 2009

O mesmo.

O mesmo. Sempre, sempre um poste. Desejando ser mais forte. Pende na longitude. Não é sabido que segreda-se em vergalhão. Parado, mijado, recosto, esconderijo. O carro é seu perigo. Nos cabelos o fio - terra no cú. Não serra, não serra, não é árvore. Se encerra entre o calçamento e o pombo. Perde na sua desatenção. Não lembra quantos anos tem. Ninguém comemora seu aniversário. De vez em quando se apóia em uma velha. Roça nas costas das namoradas, e as vezes sustenta os namorados, revezando-se. Fala com os loucos e escuta os mendigos. Usa uma pochete de plástico cheia de porcarias - e os mendigos as investigam. Ruboriza nos engarrafamentes, é muito reservado. Morreu enforcado em uma corda. Mas continua de pé, sustentado pela corda. Milhares deles, todos enforcados em fileira. Todos na mesma corda. Estão secando da lavagem. Se amarram nos cavalos, sempre, sempre. A esmo.

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