terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Enquanto ele fazia cafuné na grama sentiu o hálito fresco de crocodilo se desprender do solo quente. Se esforçou para não lembrar de nada, mas era inevitável. A sombra já cobria o seu rosto resfriando a gota de suor e os filetes de sol já eram ruivos.
Sentiu seu estômago embrulhar e a náusea se apoderar do seu corpo. Vinha subindo do estômago pelas cavidades, escalando pacientemente as paredes internas, milímetro por milímetro, se esgueirando pelos tubos.
Deixou o corpo cair gentilmente para trás, não havia mais o que fazer. Agora, ela que o acariciava, acelerando o processo.. Da sua bocarra aberta surgiram os primeiros ramos do que seria uma frondosa árvore. As raízes se expandiram violentamente estraçalhando seu corpo.
Confortável, postado, seus dedos se enterravam nos cabelos verdes.

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