terça-feira, 8 de dezembro de 2009



Primeiro foi a curiosidade ingênua e o zelo reverente. Depois veio uma beleza insuportável que me torturou e entorpeceu. Daí nasceu o verbo - da vontade de expressar o que a beleza havia produzido em mim. Em seguida veio a vontade de falar sem haver palavras para isso. Assim se produziu o silêncio. O silêncio não tinha lugar, como o choro compulsivo da criança que é vontade de existir. Existiu em meus pensamentos, diálogos intermináveis pontuados por afeto. Enfim calou-se em meus pensamentos. Hoje lhe escrevo cartas sem remetente e sem destinatário, em que conto coisas sobre a textura do céu e as bochechas da lua.
O resto é desencontro.

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